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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Uma Greve abortada - reflexão oficial e destoantes

O episódio de abortamento das supostas perspectivas de greve do movimento docente das Universidades estaduais baianas foi visto de diversas perspectivas políticas. Expomos, a seguir, uma série de publicações numa rede social a partir de uma publicação oficial da Associação dos Docentes da UESB, Adusb. 

Docentes aprovam proposta de reajuste salarial e incorporação da CET - 04/06/2013 - 19:23:38

Em assembleia realizada nesta terça (4), o(a)s docentes da Uesb demonstraram mais uma vez maturidade política ao aprovarem a proposta apresentada pelo governo no dia 28 de maio. O acordo estabelece ganhos reais significativos para a categoria ante a conjuntura política atual e fortalece a vitória da greve realizada em 2011 ao incorporar a gratificação das Condições Especiais de Trabalho (CET) totalmente em 2013 e garantir o reajuste salarial de 7% a todo(a)s professore(a)s em 2014.
Após apresentação de quatro propostas em nove rodadas de negociação, o Movimento Docente sinalizou disposição para a luta com aprovação do estado de greve nas quatro universidades e pressionou o governo a apresentar uma proposta aceitável pela categoria. Na segunda (27), o impasse foi instalado na mesa setorial de negociação. Entretanto, após mediação do Fórum de Reitores e forte tensionamento do Fórum das ADs a proposta foi apresentada. A condução hábil do Movimento Docente nas negociações frente aos ataques do governo e a mobilização da categoria foram os fatores aprontados pela assembleia como determinantes para o recuo do governo.
A proposta aceita prevê a incorporação da CET totalmente em 2013, como reivindicada pelo Movimento Docente desde o início das negociações com duas parcelas de 9% em maio e novembro e 5,20% em dezembro. O reajuste salarial no vencimento base será feito em duas parcelas com a primeira de 4% em junho de 2014 e segunda de 3% em dezembro de 2014. Os 7% contemplarão todos o(a)s docentes ativos e aposentado(a)s independente de sua classe ou nível, sem prejuízo do reajuste geral anual a ser concedido ao funcionalismo público em 2014. O plenário também deliberou por acrescentar no termo do acordo o pagamento da CET retroativo a maio e enviá-lo para votação como projeto de lei.
Em relação às reivindicações por maior autonomia e mínimo de 7% da RLI para as universidades estaduais, a assembleia decidiu por exigir um compromisso formal da Codes para a criação de o Grupo de Trabalho sobre carreira, bem como marcar reunião para discutir o projeto de lei da autonomia e revogação da lei 7176/97. O agendamento de uma reunião com Fórum dos Reitores, representação dos técnicos-administrativos e DCEs para discutir a revogação da lei 7176/97 e a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014.

Além do(a)s professore(a)s da Uesb, as assembleias docentes da Uneb, Uesc e Uefs também aprovaram a proposta. O acordo deverá ser assinado pelas quatro diretorias na quinta (6) às 9h no Centro Administrativo da Bahia.
Fonte: ADUSB

Comentam a decisão e a análise oficial professores e estudantes da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia):

Caique Oliveira Rocha - Essa maturidade eu não entendo.... Na minha opinião isso só foi mais uma amostra de que o governo que manda e faz dos professores pequenas marionetes!!!!Esse percentual é uma piada!
Lorena Pereira - "Maturidade política"? "...a vitória da greve realizada em 2011"? Uma palavra: RISOS.
Neima Oliveira - Eu me abstive pq ñ acetei as promessas e do governador J Wagner. Mas vi que ñ é hora para lutar com a greve.
Tânia Regina Torreão Sá - Me chamem de imatura, então, não votei nesse proposta.
Ingrid Rodrigues - Ridículo isso... Aff!
Ravena de Sousa - Maturidade política?hahahahahahahahahahahahahahahahahh...
Wesley Grunge - Mostraram que estão sempre aptos a negociar migalhas com o governo e não a uma melhoria real, mas tudo bem, a greve passada foi pior ainda, só fez atrasar todo mundo.
Adriana Abreu - maturidade política foi a do governador que teve a decência de vir pra negociação e aceitar esta proposta  nossa da última greve(ou seja ele está atrasado como sabemos) E realmente foi muito infeliz este comentário do texto que denuncia  o que já havíamos  constatado na última greve: a infiltração perniciosa do governo no nosso sindicato. Agora não disfarçam nem  os textos. É fato que vivemos hoje um momento melhor de negociação e pra quem já foi tão maltratado como a categoria foi por este governador pode até parecer um ganho.
Candido Requiao Ferreira - MATURIDADE? QUE TERMO MAIS INADEQUADO!! O GOVERNO ACEITA UMA PROPOSTA ANTIGA DO  MOVIMENTO SINDICAL DE ANOS, E NÓS É QUE ATINGIMOS A MATURIDADE? A ADUSB TEM QUE REVER SEUS POSICIONAMENTOS.  NÃO HÁ VITÓRIA A SER BRINDADA. ACUMULAMOS PERDAS HISTÓRICAS E SÓ AGORA, DEPOIS DE 7 ANOS DE GOVERNO TEMOS  ALGUMAS REIVINDICAÇÕES ATENDIDAS. E A LEI 7176, QUANDO VOLTAREMOS A FALAR SOBRE ELA? QUANDO VOLTAREMOS A  DISCUTIR AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA? INVESTIMENTOS NO ENSINO SUPERIOR? QUER DIZER QUE AGORA QUANDO NÃO ENTRAM OS EM GREVE SOMOS MADUROS? E QUANDO TIVERMOS QUE DEFLAGRAR UMA GREVE, SEREMOS IMATUROS? O MOVIMENTO  DOCENTE AINDA TEM QUE PENSAR NA PERDA DO REAJUSTE SALARIAL DA FORMA QUE FOI FEITO ESTE ANO. COM  2% REATROATIVO A JANEIRO E O REAJUSTE DE JULHO SEM RETROATIVIDADE, ACUMULAMOS PERDAS JÁ ESTE ANO!!!! VAMOS  ADMITIR PERDAS SÓ PORQUE O GOVERNO É DO PT-PC DO B???? NA VERDADE, O ABSURDO DO REAJUSTE OBRIGOU O GOVERNO REVER O E ÍNDICE RIDÍCULO DE 2% QUE ELE PRETENDIA VOTAR NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA E IMPOR A MAIOR PERDA SALARIAL NA HISTÓRIA DO FUNCIONALISMO PÚBLICO. AINDA TEREMOS MUITO O QUE LUTAR CONTRA ESSES TRAIDORES, MESMO COM SINDICATOS PELEGOS.
Marcus Antônio Assis Lima - Mais uma vez o Governo dá provas de sua habilidade e sai o grande vencedor. Sai como 'conciliador' (pq consegue evitar a iminência de uma greve), 'bonzinho' (pq concede um reajuste 'acima de suas capacidades') e ainda faz o movimento docente acreditar que 'venceu'. Devem estar às gargalhadas lá no CAB! Estourando champanhe francês com o que economizaram....

José Rubens Mascarenhas  - Coisas ridículas em que o movimento sindical baiano (e nacional) se meteram, cooptados por um  governo neoliberal e de direita como o do pt na Bahia. Que coisa mais ridícula. A Greve de 2011, quando vencia o governo politica e juridicamente, os pelegos de plantão da IES - ADUSB incluso - manipularam a última assembleia deflagraram o fim do movimento, descaradamente. Para os que querem enterrar a história, um refresco: cliquem no link a seguir, que contém informações não oficiais daquele momento histórico em que a categoria tomava para si os rumos do movimento: Greve Uesb 2011. Pouparam o governo neocarlista da Bahia de  desgaste em ano eleitoral, isso sim. Por que, pelo menos, não têm a coragem de assumirem-se abertamente governistas e parar com  esse teatro de quinta categoria? Agora, depois de dois anos sendo surrupiado pelo governo neocarlista - com o respaldo desses  pelegos -, sem ter recebido sequer a correção da inflação do ano passado, ouvir falar de maturidade. É possível que o sentido do  termo tenha mudado e agora signifique subserviência. Neste sentido, estaria adequadamente usado.
  • José Rubens Mascarenhas Vejam um cálculo que desmitifica o "ganho real" aludido pelas AD´s baianas:
     http://www.facebook.com/photo.php?fbid=422507601190560&set=p.422507601190560&type=1&theater

    QUANDO 7% PARCELADOS, SOBRE O SALÁRIO BASE, PODE VALER MENOS QUE 3%? VERIFIQUE  OS CÁLCULOS?
  • Candido Requiao Ferreira - A ADUSB PRECISA SER REVISTA. ESTE É O ALERTA DO DIA.
    Candido Requiao Ferreira - O outro alerta é a perda decorrente da não retroatividade do restante do reajuste de 5,84% (os 3,84%) a ser pago a partir de julho. Isso dá uma perda em meu salário de aproximadamente R$ 1.000,00. Multiplicando isso para  o conjunto dos professores universitários, o montante "economizado" pelo governo Wagner às nossas custas dá um montante de mais de R$5.000.000,00 (cinco milhões), só este ano. Sem poder estender aos demais servidores a estimativa, acho que a economia do governos Wagner ultrapassará a casa dos R$30.000.000,00 (trinta milhões). Isso dá pra pagar muito vinho importado pra os ex-uesbianos traidores e governistas neocarlistas e garantir o repasse de recursos públicos através de obras da copa e para reforçar o caixa do governo para tentar eleger seu sucessor. Outro alerta é para o nosso "vale alimentação", que esta com o valor na geladeira a mais de dez anos.
    Marcelo Torreão Sá - O movimento de greve nas UEBAS (Universidades Estaduais) e o Estado Baiano. No comando, na maturidade de seus membros, marca da ideologia dominante, o Fórum das ADs (Associação dos Docentes). Sair do fenômeno que engana e olhar para a essência da greve é o objetivo desse texto escrito como forma de protesto e constatação da universidade, em suas contradições, na reprodução da ideologia dominante.
    Primeiramente, analisar o significado da possibilidade da greve. A greve se apresentava, como fenômeno, armada pelo governo para diminuir custeio. Era assim que se postava em uma analise superficial e crítica. Posteriormente, no movimento, na analise da prática, a essência se revela. A greve não foi deflagrada. A compreensão da realidade concreta desmascara o fenômeno e a essência aparece. O movimento é articulado no governo para o governo. Não como greve de custeio. Articulada, isso sim, como possibilidade de greve antecipada para calar a boca em posterior ano de eleição.
    A reivindicação, justa e legitima, de melhores salários, autonomia, financiamento, que teria força de esmagar as pretensões político partidária do PT e seus asseclas em ano eleitoral foi calada pelas migalhas. De 28% conseguimos 7% de pretensão salarial e mudança da data de uma incorporação. As outras reivindicações neutralizadas. Conseguir 7% agora para calar em 2014. As outras reivindicações ficam para os debates intermináveis. Fora que o aumento salarial é insignificante. O professor universitário deve ganhar suficiente para reproduzir suas necessidades de vida e de sua força de trabalho. Essa deveria ser a pretensão salarial legitima conjuntamente com autonomia, financiamento, permanência estudantil.
    Por fim, na realidade concreta, observamos e constatamos professores universitários na mendicância de programas precários para completar a renda. Debatem sobre a precariedade do ensino e praticam a precarização da aprendizagem. Perversidade do cinismo pactuado entre estado e docentes.
    Nosso sindicato representa o poder constituído. Representantes do capital e não do trabalho. Não há nada o que comemorar camaradas a não ser as migalhas vomitadas. As condições das nossas universidades continuam as mesmas. Precariedade nas relações de trabalho de estudantes, funcionários e professores. O objetivo é reproduzir força de trabalho precarizada e pesquisas para a reprodução do capital. O resto é refugo das contradições. Exceções caladas como as falas destoantes nas assembleias.

    Publicação dos comentários: Adusb

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