Impacto
previsto pelo governo federal no Orçamento de 2013 é de cerca de R$ 11,5 bi
para cobrir decisões
DENISE MADUEÑO
e EUGÊNIA LOPES
05 de dezembro de 2012 | 20h 41
BRASÍLIA - A duas semanas do
início do recesso parlamentar, a Câmara aprovou nesta quarta-feira (5) um
pacote de seis projetos aumentando salários e três criando e transformando dez
mil cargos para os poderes Executivo e Judiciário. O impacto previsto pelo
governo no Orçamento de 2013 é de cerca de R$ 11,5 bilhões. Um dos projetos
aumenta o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do
Procurador Geral da República dos atuais R$ 26.723,13 para R$ 28.059,29 a partir
de 1º de janeiro de 2013, representando um reajuste de 5%.
Esse mesmo índice foi negociado
pela presidente Dilma Rousseff com todo o funcionalismo público federal, que
terá seu salário reajustado a partir de janeiro. Os seis projetos que dão
aumento seguem os reajustes salariais até 2015 acertados pelo governo com os
servidores públicos, prevendo 15,8% distribuídos em três anos. Os gastos
públicos para os próximos três anos com o aumento do funcionalismo vão chegar a
quase R$ 30 bilhões, sem considerar as despesas geradas com os nove mil cargos
criados para o poder Executivo.
Os vencimentos dos ministros do
Supremo servem de teto salarial para todo o funcionalismo público e o reajuste
tem efeito cascata para os membros da magistratura. O salário do procurador-geral
também incide sobre os demais integrantes do Ministério Público da União. Pelo
projeto aprovado nesta quarta, partir de 1º de janeiro de 2014, os ministros do
Supremo passarão a receber R$ 29.462,25 e o salário será de R$ 30.935,36 a
partir de 1º de janeiro de 2015. O reajuste foi menor do que o pretendido pelo
Supremo.
Esses projetos ainda precisam
ser votados pelo Senado. O prazo final para aprovação é o dia 22 de dezembro
para que os reajustes possam entrar em vigor a partir de janeiro. Essa é mesma
data de aprovação do Orçamento Geral da União para 2013. Os cerca de dez mil
cargos criados pelos três projetos aprovados nesta quarta são, em sua maioria,
para o Poder Executivo.
Para o setor de Ciência e
Tecnologia, por exemplo, serão criados 3.594 cargos, entre eles, 280 de
pesquisador, 1.234 de tecnologista, 460 de analista em ciência e tecnologia,
1.023 de técnico e 597 de assistente em ciência e tecnologia. Entre as áreas
beneficiadas estão a de comércio exterior, Superintendência da Zona Franca de
Manaus e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Há também a
criação de 150 cargos em comissão e funções gratificadas para os ministérios da
Integração Nacional, do Esporte e de Educação, Saúde, Secretaria de Direitos
Humanos e Agência Nacional de Cinema. Com a criação dos cargos, o governo
pretende acabar com os reiterados questionamentos jurídicos contra a União pela
terceirização de cargos.
A aprovação do reajuste
salarial para os ministros do Supremo agitou os bastidores na Câmara. A
expectativa é que o mesmo reajuste seja aplicado aos salários dos deputados e
dos senadores. Na reunião do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), com os
líderes partidários, o procurador da Casa, Nelson Marquezelli (PTB-SP),
entregou cópia de proposta de emenda constitucional determinando reajustes
automáticos para os parlamentares idênticos aos que forem aprovados para os
ministros do Supremo. Dessa forma não seria necessário passar pelo desgaste
político de aprovar um projeto de lei aumentando seus próprios salários. Não
houve, no entanto, discussão sobre esse tema na reunião.
Fonte: Estadão
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