Minha autoavaliação na atuação educativa na Emef Marcos Mélega e na SME
John Kennedy Ferreira*
1) Quando me pediram para fazer
uma auto-avaliação sobre a minha intervenção educativa, lembrei de Hannah Harendt e de seu texto “ Eichmann
em Jerusalém” Neste livro a autora lembra que ser um bom funcionário num
sistema totalitário é ser cúmplice do totalitarismo. Creio que o mesmo se
aplica – enquanto método – a ser um bom professor tendo uma educação alienante
e bestializadora. Assim, me recuso a obedecer a ordens sem questionar e pensar
o que é esta ordem, para que serve, à quem favorece...(?).
2) Dentro do meu limite busquei melhorar o
ensino. Não tenho sala, sou CJ, entro quando alguém surta, foge ou simplesmente
falta. Tento desenvolver alguma atividade que gere reflexão. É uma atividade
quixotesca.
3) Não aceitei a – imoral – dupla docência,
julgo que dois professores – sem qualquer projeto pedagógico – numa classe de
40 alunos, são dois a pedir silêncio. Creio que a saída é a abertura de mais
salas, com classes de 20 ou 25 alunos, como recomenda a LDB e a UNESCO e não o
fechamento como vem sendo processado por este governo.
4) Não aceitei os baixos salários praticados
pelo governo Kassab e pelo seu secretário de educação, e , portanto fui o ÙNICO
professor e trabalhador da educação desse estabelecimento de ensino a fazer
greve, participar de passeatas, assembleias e de comando de greve.
5) Não aceito o projeto ler e escrever, a
educação, ao contrário do que insiste a escola (liberal) moriana, não é binária
e sim holística. Por isso insisto em ensinar história e sociologia.
6) Por fim, não consigo ser um bom professor,
num projeto pedagógico – em sua essência ideológica - excludente, desconexo da
realidade, do mundo do trabalho, do
conhecimento e da ciência. E acusado de corrupto no aspecto material. Não fui
cúmplice. Fui um péssimo professor e tenho orgulho disso.
* Professor de História (EMEF –
Marcos Mélega)
Nenhum comentário:
Postar um comentário