Por Itamar Pereira de Aguiar-Prof. Dr. DFCH/UESB
Na Assembléia Geral dos decentes da UESB de 02/05/2011, ocorrida no Teatro Glauber Rocha, uma Professora denunciou que o governo Wagner teria no mês de abril, com a greve já em curso, autorizado a suspensão dos empréstimos consignados em folha aos professores da UESB. A minha surpresa foi tamanha que, logo no dia seguinte, dirigi-me à agência do Banco do Brasil e solicitei à gerente de contas um empréstimo. Ao retornar a agência, quarenta e oito horas após, fui atendido por outra funcionária a qual me informou que o empréstimo não foi realizado, pois o governo da Bahia suspendeu autorizações para empréstimos consignados em folha aos professores da UESB em greve, mas, que esta não era uma decisão do Banco que vem realizando operações de crédito consignado em folha aos servidores do Estado da Bahia pertencentes a outras categorias.
A situação em apreço ativou a memória e, me fez relembrar outros momentos nas relações entre professores da UESB, agências bancárias e governos da Bahia que vale a pena relatar. Nos anos 1980 recebíamos os nossos salários através da agência Banco do Estado da Bahia (BANEB). A certa altura da década de noventa, “Toninho Malvadeza”, privatizou o BANEB vendendo o seu patrimônio ao BRADESCO e, neste negócio nós professores também fomos arrolados como patrimônio, pois teríamos que perceber os nossos vencimentos, querendo ou não, através da agência do BRADESCO, ato autoritário que tolheu a nossa liberdade, nos considerou mercadorias e desrespeitou a AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA.
Hoje o novo “Imperador da Bahia” que, se assemelha a “Malvadeza”, também pelos cabelos brancos, agiu de modo que nem o outro se atreveu: cortou os salários sem qualquer aviso prévio no dia agendado para o pagamento com a greve declarada há apenas vinte dias, com parte do mês em curso já trabalhado, sem recorrer à Justiça para apreciar a legalidade ou não da greve, praticou ato autoritário. Agora, de forma indireta ou não, interfere nas ações negociais entre o Banco do Brasil e alguns clientes, sem a menor cerimônia, como se o banco fosse propriedade do seu partido e do seu governo, aliás, ato muito semelhante ao de filiados ao PT que, tempos atrás, interferiu na Caixa Econômica e quebrou o sigilo bancário do caseiro, intervenção fartamente noticiada pelos meios de comunicação e encaminhada aos tribunais.
Senhor Governador, preste atenção, a Nação brasileira e a população baiana merecem respeito, o Brasil é um país considerado Republicano e de Direito, acate a Constituição e as leis ordinárias que regem a Educação, já que não tem condições e nem deseja nos considerar enquanto profissionais qualificados e cumpridores dos deveres que, como “missionários” dedicam suas vidas a construir as Universidades Públicas do Estado da Bahia. E faça-nos o favor, retire as suas garras da AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA, revogue o decreto 12.583/11, não utilize as universidades como instrumento da política eleitoral e partidária, sancione lei que institua o voto universal e adote eleições diretas para reitor, atenda as reivindicações da Comunidade Universitária.
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