“Política é como salsicha: melhor não ver fazer.”
Otto Von Bismarck
Quando foi obrigado pela justiça a pagar os salários dos professores, o governo Wagner apelou ao supremo tribunal federal. E devido a total ausência de subsídio lega, perdeu – fato que a mídia ainda não foi divulgou com todas as letras!
Então, o governo do estado da Bahia entrou com pedido de suspensão da ação de segurança impetrada pela Aduneb, mas no dia 16 de maio a ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, manteve a decisão que determina o pagamento dos salários. Entretanto, o governo continua descumprindo a decisão, mesmo não havendo mais instância legal de apelação.
Isso explica todo o esforço do governo Wagner em tentar calar os professores através da força bruta e provocar a exaustão do movimento mantendo os cortes de salários, apesar da ilegalidade.
Por que um governo com raiz (mesmo que esquecida) na classe trabalhadora, adota práticas tão truculentas contra trabalhadores e se presta a este desgaste?
Wagner corta os salários – confrontando e desrespeitando todas as instâncias jurídicas cabíveis – e se recusa a negociar com os professores, para forçar um recuo do movimento docente sem que este obtenha qualquer ganho efetivo. Porque tanta ferocidade e intransigência do governo? O que haveria por trás da peleja entre o governo Wagner e o movimento docente? Observemos alguns pontos importantes:
1. Desde a criação do Sistema Estadual de Negociação(Enrolação) Permanente o governo Jaques Wagner pressiona as Associações de Docentes (ADs) das Universidades Estaduais Baianas a se comportarem como se fossem de sua base, aparando arestas dos conflitos trabalhistas.
2. Por conta disso, somos uma das poucas categorias que ousou enfrentar francamente este governo. Para desestimular novos motins ele quer nos infligir um castigo exemplar.
3. Como o governo petista tem maioria da Assembléia Legislativa, pretende governar de forma absoluta, sem oposição, e por isso não respeita nem mesmo a justiça.
Portanto, o que se tem é um governo que pretende suplantar, atropelar o próprio estado de direito. Uma tentativa velada de estabelecer um governo totalitário nos moldes fascistas, cuja principal característica foi o controle “total” dos sindicatos e da vida civil como um todo. Com este norte, o poder executivo extrapola os seus limites legais e fagocita todas as instâncias do estado de direito.
Neste cenário, a questão salarial deixou de ser uma problemática meramente contábil. Embora o governo tente focar na mídia apenas a questão salarial, nossas reivindicações sobre a autonomia universitária transbordaram os limites da vida acadêmica, denunciando uma contradição política muito grave na estrutura do governo. Com isso, derrotar a greve se tornou uma questão de sobrevivência para o projeto político de Jaques Wagner.
Assim, agora o que está em jogo para o governo e para a sociedade é o sufocamento prévio de virtuais motins por parte dos trabalhadores baianos ameaçados. Para isso não titubeiam em aplicar uma punição exemplar e brutal aos professores universitários para manter o controle pelo medo.
Afinal, matar e esquartejar e expor lideranças pode intimidar o coletivo.
Comando de Greve da UESC
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