Com 85 votos favoráveis e apenas dois contrários, a Assembleia Geral desta terça, 07, decidiu manter a greve, deflagrada há 62 dias, por tempo indeterminado até a conquista dos objetivos. Após avaliar que a proposta do governo não contempla o anseio da categoria no que diz respeito à assinatura do Termo de Compromisso sobre a autonomia das Universidades e a alteração dos efeitos do Decreto 12.583/11, a categoria vai esperar o desfecho das próximas reuniões já que, apesar de aceitar assinar a atual proposta do acordo salarial, os pontos da pauta unificada da greve ainda não foram vencidos.
Para a plenária, o Termo de Compromisso não atende as expectativas especificas da UESB, pois o governo não aceitou abrir as discussões sobre o Decreto com a categoria ainda em greve, bem como rejeitou o agendamento dessas reuniões mensais, mantendo a proposta inicial com agendamento trimestral. Além disso, o governo propôs a definição de um modelo de encaminhamento para as solicitações de Progressão, Promoção e mudança de Regime de Trabalho diferente do que pensam os professores e do que está estabelecido na Lei 8352 (Estatuto do Magistério Superior). No entanto, caso as ponderações sejam aceitas na reunião da próxima sexta, 10, o acordo poderá ser assinado posteriormente, sem que necessariamente a categoria saia da greve, já que a luta em defesa da autonomia e a resolução da pauta unificada com os estudantes ainda não se esgotou.
Nos próximos dias os professores deverão exercer um maior enfretamento junto à administração da Universidade para solucionar os problemas internos. A categoria avaliou como vergonhoso o fato de em todas as reuniões o governo citar que há graves problemas com o orçamento da Uesb e, por isso, a proposta de ocupação da reitoria foi ressuscitada no sentido de centrar pressão para elaboração de um calendário que aponte o prazo de construção e conclusão das obras inacabadas. Além disso, buscando desvendar o mistério no orçamento, foi aprovada a realização de uma auditoria nas contas da instituição durante os três últimos gestores e o estabelecimento de um cronograma para discussão da permanência e representação estudantil junto ao CONSEPE e CONSU. Ainda neste aspecto, conforme informado na última sexta, 03, o governo publicou no Diário Oficial desta terça, 06, os pedidos de Progressão e Promoção. O vice-reitor José Luiz Rech informou que a Universidade não confirmou as liberações.
Quanto à insistente prática de desobediência às decisões legais tomadas pelas instituições jurídicas (Tribunal de Justiça e Superior Tribunal de Justiça) pelo governo, a categoria fará a denúncia junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e solicitará a divulgação do fato em âmbito nacional. Também será pedido o impeachment do Governo Wagner nacionalmente.
A assembleia decidiu manter o apoio à luta das demais categorias, ressaltando que é de competência de cada segmento encaminhar as suas reivindicações. Também foi aprovada uma moção de apoio à greve dos professores da Rede Municipal de Vitória da Conquista, em greve desde o dia 30 de maio, e uma moção de agradecimento às Associações de Docentes de todo o país que se solidarizaram com o movimento das Universidades da Bahia. Uma nova assembleia já está agendada para o dia 15 de junho, no campus de Itapetinga.
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