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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ao Professor Cândido e demais colegas

 (Em resposta à mensagem indignada do prof. Cândido postada nesse Blog)
 Lamentavelmente, é essa a realidade que temos aqui na UESB. A greve que se encontra no fim valeu para explicitar, com toda clareza, de que lado está a ADUSB e um tanto de colegas que, em seus discursos, dizem-se contrários aos desmandos do Governo da Bahia, mas seus atos e propostas verdadeiramente correspondem às demandas políticas do J. Wagner.
Quem leva a pior somos todos nós professores da UESB que ficamos novamente  com a corda no pescoço e sem garantias de que os acordos serão realizados e amordaçados pelo tempo que  o governo neocarlista desejar.
É a total submissão do trabalho docente às políticas neoliberais para a educação, que se iniciaram na década de 80 com os consensos de Washington/EUA e Santiago/Chile. No Brasil, a resposta foi a nova LDB/9394/96 e todas as outras políticas dela decorrente, e que, desde então, vem empurrando a América Latina para a mercantilização desse setor "público".
Mas, tristemente, temos dentro dos setores públicos – e a educação não foge à regra – indivíduos (vinculados a partidos ou não) que vivem no planeta da alienação, inclusive quero afirmar que ao chamá-los de alienado não é ofensa, pois se trata de uma construção social de consciência e que no caso de quem esta vinculado ao ensino superior, estes tem total possibilidade de optar por construir uma consciência crítica e autônoma ou alienada (cumprir com suas determinações e reproduzir sua lógica política e econômica).
O Governo Wagner, assim como o de Dilma e Lula, acataram as determinações neoliberais e, por conta disso, são verdadeiras colchas de retalho, visto que tecem parcerias e conchavos com todo tipo de partido político (esquerda, direita, e outros...). E, assim, os interesses da classe trabalhadora – a qual pertencemos – ficam em segundo, terceiro, quarto,..., plano. Não
por acaso nas últimas duas décadas muitos dos direitos trabalhistas têm sido seqüestrados por via de novas leis e decretos, inclusive propostas e projetos de lei defendidos pelos partidos de esquerda.
Dentro da UESB não é diferente. Mas, os problemas se tornam bem maiores porque as possibilidades de debate, de reflexão e de proposição são literalmente abafadas, e, em dados momentos, motivo de assédio moral em relação àqueles colegas que querem abertamente pensar a universidade de forma ampliada, autônoma e com o envolvimento de todos da comunidade acadêmica. Isso porque o debate ampliado inviabiliza os interesses de determinados grupos políticos que aqui sobrevivem a anos subjugando alunos, funcionários e professores a atenderem suas perspectivas falsas em "benefício" da universidade.
Mas, certamente, esses momentos de lutas e reivindicações são salutares à universidade, porque alunos, professores e funcionários têm a possibilidade de perceber de forma transparente quem é quem, de que lado realmente se encontra. Agora é esperar para ver os resultados e desdobramentos, espero que nossa decepção não fique maior do que se encontra neste momento.
Profa. Fátima Garcia - UESB/Jequié

Um comentário:

  1. "Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova".Gandhi

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