Em greve, professores de estaduais da Bahia dormem na Assembleia
DE SÃO PAULO
Professores das universidades estaduais da Bahia, em greve há quase dois meses, dormiram na galeria dos ex-presidentes da Assembleia Legislativa na noite desta terça-feira (31).
A invasão do prédio do legislativo baiano, iniciada por volta das 11h de ontem, pretende pressionar o governo a negociar os pedidos dos docentes.
Pelo menos 60 mil alunos estão sem aulas devido à greve de cerca de 5.000 professores no Estado. Estão sem aulas a Uefs (Universidade Estadual de Feira de Santana), a Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz), a Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) e a Uneb (Universidade do Estado da Bahia).
Os professores pedem a retirada de uma cláusula do acordo salarial que congela os salários por quatro anos, além da revogação do decreto 12.583, de fevereiro de 2011, que prevê o contingenciamento de verbas das universidades.
Emiriene Costa-31.mai.11/Divulgação | ||
Professores das universidades estaduais dormem na galeria de ex-presidente da Assembleia Legislativa da BA |
Segundo a Aduneb (Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia), o decreto elimina pontos fundamentais para o trabalho dos professores, como o regime de dedicação exclusiva e o afastamento para cursos de aperfeiçoamento --como doutorado e outros.
De acordo com os grevistas, o governo retirou as propostas apresentadas na mesa de negociação em reunião na Secretaria de Educação na sexta-feira (27). Por enquanto, o governo não apresentou novas propostas.
Para o coordenador do Fórum das Associações Docentes, Gean Santana, esta é uma tentativa de pressionar os professores a retomar as aulas. "Primeiro o governo suspende o pagamento dos nossos salários e agora retira as propostas da mesa de negociação. Não vamos nos intimidar, pois isso só aumenta a nossa indignação e capacidade de luta", disse.
OUTRO LADO
Em nota divulgada ontem, a Secretaria Estadual da Educação diz que espera que professores retornem ao trabalho imediatamente.
Uma decisão judicial considerou ilegal a greve dos professores da Uneb e determinou que eles retornassem ao trabalho sob pena de pagamento de multa diária de R$ 5.000 pela associação dos docentes.
"O governo aguarda decisão para os demais processos judiciais impetrados para as greves nas outras universidades estaduais", afirmou a nota.
A secretaria afirma ainda que, diante da recusa do acordo proposto --incorporação de gratificações que representam reajuste salarial de 4% ao ano até 2014--, considera a proposta superada.
A Aduneb afirma que nenhuma notificação oficial chegou à diretoria da entidade sobre eventual decisão do Judiciário que seja contrária ao movimento grevista.
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